Macho no Mc Donald´s

Essas é mais uma crônica de Pedro Almeida Peçanha, vulgo Pedrão. Um cara solteiro, de 29 anos e que mora em um “quarto e sala” na Tijuca (bairro de classe média do Rio de Janeiro). Além disso, trabalha como programador em uma empresa na Barra da Tijuca (bairro de classe alta).
Aparentemente é um cara comum, gosta de futebol (flamenguista roxo) e de beber com os amigos. Pra variar, odeia mulher de TPM e aqueles filmes românticos com a Nicole Kidman ou com a Meg Ryan.



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Certa manha eu saí de casa porque era domingo e não tinha nada para comer. De repente me deparei com um Mc Donald e resolvi fazer uma boquinha.
No momento eu nem percebi que estava entrando num lugar muito infantil e ridículo. Logo na entrada, um palhaço, amarelo e vermelho, me esperava. Ou seja, um palhaço esperando outro.
Entrei na fila que já está do tamanho da que entrega o Bolsa-Família. Parece maldição, mas logo atrás de mim entram todas as grávidas da cidade. Todas as mães do estado com bebê de colo. Todos os deficientes do país. E todos os idosos do mundo.
É lei. A preferência é deles. Naquela hora eu percebi que a minha preferência seria sumir dali. Mas depois vi que a culpa da demora da minha fila não era da lei. Era da operadora de caixa que chegou ontem e estava em período de treinamento.

Ela digitou um pedido errado e a máquina travou. Foi aí que apareceu a instrutora. Mais grossa que mão de mecânico. Com cara de quem não dava para ninguém desde a época da crucificação de Cristo. Esculachou a menina, passou um cartão e liberou o caixa.

A fila até que começou a andar, mas Deus resolveu me sacanear naquele dia.

Lá na frente eu vi que começava uma confusão. Uma mãe comprou aquela bosta de Mc Lanche Feliz que é composto por mini hamburguer, um copinho de refrigerante e meia dúzia de batatinhas por um preço que daria para eu comprar quase dois quilos de carne. O problema é que esse lanche dá direito a um brinquedo. É lógico que o pentelho escolheu aquele brinquedo que já tinha acabado. E o pior é que o pestinha não aceitou outro.

O moleque fez aquela pirraça mais irritante que o próprio nome: Pedro Rodolpho. Com ‘ph’. Como pode alguém colocar um nome desses no próprio filho?!?! Tive que conter meus impulsos de pular naquele pescocinho encapetado, mas isso poderia estragar meu domingo. Se é que isso era possível.

A minha fila andava na velocidade de uma procissão de bichos-preguiça, mas finalmente chegou minha vez. Quando fui atendido, já está da cor do palhaço: amarelo e vermelho. Amarelo de fome e vermelho de raiva. Mas o drama não terminou. Percebi que estava frente a frente com a menina do caixa. Ela vira e diz com sotaque de paulista de Jundiaí gripada:
- Qual será o pedido, senhoiiiirrr?

A resposta que eu pensei, mas não disse foi:
- Que você vá desentupir o nariz e fale direito...
Entretanto, decidi escoher a promoção nº 4. Depois de escolher a promoção, ela me disse:
- Mais cinquêêêiinta ceeiiintavos, o senhoiiiirrr aumeeeiiiinta a batata e o refrigenraaaaaante.

Outra resposta mental:
- Com mais um real eu compro um vidro de Sorine para desentupir essa merda de nariz, carªlh0!!!

Mas, não disse nada. Recusei a proposta, paguei, peguei a bandeja, fui para uma mesinha ridícula, sentei com as pernas encolhidas do lado daquele fedelho catarento da fila, fiz o lanche e a gastrite atacou pelo resto do meu maravilhoso dia de domingo.

Putaqueopariu!!!!!!

Enviado pelo leitor Arahan Hung Fut


1 Machos Comentaram:

Natalia disse...

Jundiense nao fala assim, viu!! =P

 
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